O Grupo Cultural Aquae Flaviae vai lançar, em breve, o número 50 da Revista Aquae Flaviae, uma edição especial dedicada à memorização do Centenário da 1ª Grande Guerra Mundial em homenagem aos homens que intervieram nesse doloroso conflito. A cerimónia de apresentação pública terá lugar no dia 9 de outubro, pelas 21h30, no Centro Cultural de Chaves, sendo depois alargada a todos os concelhos do Alto Tâmega.
Numa pré-apresentação aos órgãos de comunicação social - de forma a estimular a presença dos flavienses, em geral, e dos familiares dos militares que combateram nesta guerra, em particular, na cerimónia de apresentação deste trabalho de investigação – na passada sexta-feira, dia 25, em conferência de imprensa na autarquia flaviense, foi feita uma caraterização geral desta obra. Estiveram presentes o autarca de Chaves, António Cabeleira, a Presidente da Direção do Grupo Cultural Aquae Flaviae, Isabel Viçoso, o Comandante do Regimento de Infantaria 19, Armando dos Santos Ramos, e o autor deste trabalho de investigação, António Souza e Silva.
O primeiro volume da obra desenvolve o tema “A Grande Guerra e a participação dos Militares do RI19 e do Alto Tâmega no conflito”, da autoria de António Souza e Silva e o segundo volume “Caderno dos Militares do Concelho de Chaves participantes na Grande Guerra (Frente Ocidental, Flandres)” é constituído pelos boletins individuais dos militares intervenientes.
A obra é constituída por 700 páginas e sete cadernos com as 1400 fichas encontradas de militares do Alto Tâmega e do RI19 que combateram neste conflito, um caderno por cada concelho do Alto Tâmega e outro pelos militares das mais variadas regiões que estavam na altura a prestar serviço no RI19.
António Cabeleira enalteceu a iniciativa do Grupo Cultural Aquae Flaviae, ao registar a história dos heróis do Alto Tâmega que andaram neste difícil confronto. O autarca flaviense lembra que Chaves foi sempre uma cidade diferente e com pessoas diferentes.
Para a Presidente do Grupo Cultural Aquae Flaviae, esta edição número 50 é “um marco muito importante porque vai tirar do baú parte da história militar e dados marcantes para o Alto Tâmega”. No encontro com a comunicação social, Isabel Viçoso destacou o excelente trabalho de pesquisa do autor, que prontamente respondeu positivamente ao convite do Grupo Cultural, bem como da brilhante colaboração e apoio do RI19, na pessoa do seu Comandante.
O Comandante do RI 19, Armando dos Santos Ramos, conta que foi com “alguma emoção” que desenvolveu este trabalho, de forma a trazer até cá e imortalizar tudo o que foi possível e estava registado no Arquivo Histórico Militar. Um registo que pretende “honrar aqueles que em tão más condições participaram nesta guerra e com tão poucos meios levantaram o nome de Portugal”.
O autor da obra conta que, apesar de não ser perito em assuntos históricos, muito menos militares, quis dar o seu contributo a esta ideia do Grupo Cultural, de forma a não deixar passar em branco esta efeméride: o centenário da Grande Guerra (1914-1918).
António de Souza e Silva explicou que o seu trabalho de pesquisa procurou saber os percursos destes “bravos militares do Alto Tâmega e Barroso” que, de Chaves partiram para África e para a Frente Ocidental/Flandres francesa. “Bravos que eram os nossos heróis e queríamos-lhes seguir o rasto, conhecer as suas gestas (sagas) pessoais”.
Com este trabalho, adianta “quisemos recuperar um pouco essa memória. A memória dos nossos. Essencial para uma melhor construção da nossa identidade pessoal como filhas e filhos desses homens, e da sua comunidade, orgulhosa do seu passado, mesmo que difícil e traumático”.
Entrega do trabalho 100 anos precisamente depois
Cem anos precisamente depois da data da primeira saída de Chaves dos militares para Angola - 31 de janeiro de 2015 - foi a data escolhida para a entrega do trabalho pelo autor. Rigorosamente às 7h00 da manhã, hora da saída do grupo de militares.
Convites personalizados e oferta às famílias
Pelo relevante valor dos testemunhos registados em livro, uma obra histórica militar de primordial importância para o Alto Tâmega, que passa agora a ficar na história de Portugal, o Grupo Cultural Aquae Flaviae, com o apoio dos Presidentes de Junta de Freguesia do concelho, está a fazer convites personalizados a cada freguesia, onde constam os nomes dos militares intervenientes na Grande Guerra pertencentes à freguesia. A Câmara Municipal de Chaves vai adquirir 300 exemplares desta edição especial para oferecer às famílias desses militares.