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Geografia do Concelho

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  • Descrição física e geográfica da região de Chaves

O concelho de Chaves desenvolve-se ao longo do vale do rio Tâmega, que tem posição central no território concelhio e que é delimitado pelas encostas das terras altas em seu redor, a nascente e a poente, de relevos graníticos e xistosos que chegam a atingir os 1000 metros de altitude.

Implantado no extremo Norte do país, na fronteira com a Espanha, confina a Norte com a Galiza e, do lado português, é limitado a Oriente pelos municípios de Vinhais e Valpaços, a Sul por Vila Pouca de Aguiar e a Oeste por Montalegre e Boticas. Chaves é um dos seis concelhos da região do Alto Tâmega, situada no distrito de Vila Real, assumindo uma posição estratégica no contexto do Noroeste Peninsular, reforçada pela confluência de importantes vias rodoviárias internacionais.

O município de Chaves abrange uma superfície territorial de 591,32 Km2 distribuída por 39 freguesias. Tem como núcleos urbanos mais importantes a vila de Vidago e a cidade de Chaves, sede de concelho, que engloba 8 freguesias, das quais apenas uma totalmente urbana. O concelho tem uma população de 41.444 habitantes (censos 2011), ao que corresponde uma densidade populacional de 70,09 hab/km2.

É servido, em acessos rodoviários, pela A24, que liga Chaves a sul, com Viseu, Coimbra e Figueira da Foz, fazendo ligação em Vila Pouca de Aguiar com a A7 que liga Trás-os-Montes ao litoral, a norte a N103 atravessa Chaves vinda de Bragança seguindo depois para Braga. Chaves dista 415 km de Lisboa, 105 Km do Porto e 55 Km da capital de distrito, Vila Real, e encontra-se a menos de 8 da fronteira com a Galiza. Dispõe, ainda de um aeródromo a 2 km a sudoeste da cidade.

  • Relevo

A Veiga de Chaves ocupa uma área de 2500 hectares, tem cerca de 8,5 Km de comprimento e 3 Km de largura e compreende a zona do vale do Tâmega que vai desde a Ponte de Arcossó à povoação de Pereira da Veiga.

Quase todo o vale fica situado na sua margem esquerda e é delimitado por montes e serras. Defronta-se a leste com a serra do Brunheiro (919 metros de altitude) e com a terminação setentrional da Serra da Padrela. A oeste limita-se com uma série de pequenas elevações de terreno, que servem de contrafortes à Serra de Bustelo, a qual por sua vez, serve de contraforte à Serra do Larouco e ao planalto de Barrosos. A norte está a Serra de Mairos, que se expande para Espanha, atingindo aí 1083 metros e a Sul está separado pela Ribeira de Oura, por um conjunto de colinas que se prendem ao Brunheiro, no lugar de Pêto de Lagarelhos.

  • Clima

A região onde se desenvolve o eixo Chaves - Vila Pouca de Aguiar - Vila Real é caracterizada por Invernos frescos e Verões moderados, amplitudes térmicas elevadas que resultam num clima pouco moderado a continental, níveis de precipitação elevados no Inverno e ocorrência significativa de orvalho e geada. Nas zonas mais altas, a partir dos 800 metros, é de prever a ocorrência de queda de neve.

Durante o Inverno, a temperatura desce mais do que nas cidades e praias do litoral, sem contudo chegar a haver os frios rigorosos de Barroso e da Serra do Marão. Durante o Verão, a temperatura sobe mais do que no litoral, contudo não se verificam verões sufocantes como no Douro. Entre Dezembro e Janeiro a temperatura varia entre os 6 e os 8 graus célsius, de Março a Junho varia entre os 20 e os 30 graus célsius.

Segundo o Atlas do Ambiente, a temperatura média diária da região varia entre 7.5ºC e 15ºC. Para a precipitação, os valores médios variam entre os 700mm e 1200mm. A região de Chaves encontra-se no limiar entre a influência atlântica e continental, caracterizando-se por amplitudes térmicas significativas e precipitação média.

  • Flora

Característica marcante da região é a abundante diversidade de vegetação profundamente relacionada com a ocupação humana e a sua actividade. Foram já identificadas na região abundantes variedades de espécies vegetais. Os bosques de folhosas são a base ancestral da vegetação local, com inúmeras espécies companheiras, arbustivas e herbáceas.

As composições arbóreas de carvalhos, castanheiros e pinheiros, são das que mais relevo ganham neste conjunto. Associadas a estas massas florestais de influência atlântica e eurosiberiana, é exequível encontrar espécies como o abrunheiro (Prunus spinosa), o escambrunheiro ou pirliteiro (Crataegus monogyna) ou o azevinho (Ilex aquifolium).

Os carvalhais são bosques muito diversificados, onde embora domine o carvalho existe um grande número de outras espécies de árvores e arbustos como, o zangarinho (frangula alnus), lamagueira (sorbus aucuparia), o vidoeiro (Betula celtibérica), os mirtilos ou arandos (Vaccinium myrtillus), cujas bagas são aproveitadas para compotas e as folhas para chá. Comportam ainda um vasto e variado leque de flores silvestres, musgos, líquenes, fetos e fungos (cogumelos).

Outra espécie de grande valia ecológica é a pereira brava (Pyrus piraster), espécie rara, fundamental no regime alimentar de várias espécies de fauna. Em locais de maior influência mediterrânica surgem as matas dominadas pelo sobreiro (Quercus suber) e pela azinheira ou carrasco (Quercus ilex). A oliveira (Olea europae) é um dos sustentáculos da economia agrícola da região constituindo uma das imagens de marca da paisagem local. O medronheiro (Arbutus unedo), o rosmaninho (Lavandula stoechas subsp. pedunculata) e a esteva (Cistus ladanifer), são dos arbustos mais apreciados pelas espécies melíferas.

Nas margens dos rios e ribeiros dominam espécies como o olmo ou negrilho (Ulmus procera), o salgueiro (Salix atrocinera e Salix salvifolia), o loureiro (Laurus nobilis) e a aveleira brava (Coryllus avellana).

  • Fauna

Os estudos nesta área são praticamente inexistentes. Apenas se sabe que a região é um dos principais focos do país em concentração de espécies raras de borboletas.

Na classe dos invertebrados é de referir a presença da lesma da espécie (Geomalacus, maculosus) da cabra-loira (Lucanus cervus) e do mexilhão-de-água-doce (Margaretifera margaretifera).

Em relação aos vertebrados, a elevada riqueza nesta região deve-se essencialmente a dois factores: à diversidade e grau de conservação dos habitats e à convergência nesta região de zonas de forte influência atlântica e de influência mediterrânica, dando origem a várias espécies características destas duas zonas biogeográficas, situação única a nível nacional e rara a nível ibérico. A marta (Martes martes), o arminho (Mustela erminea), o picanço-de-dorso¬vermelho (Lanius collurio), são alguns exemplos destas espécies.

As aves, além do grande número de espécies nidificantes (residentes ou estivais) e de invernantes, encontram aqui um importante corredor migratório, encontrando na região um local de repouso e alimentação.

No que concerne às raças autóctones é de realçar que as populações rurais sempre tiraram proveito da agro-pecuária, como principal manancial de riqueza e de subsistência, daí a origem e desenvolvimento de várias raças autóctones, caracterizadas por um património genético único e perfeitamente adaptado às duras condições naturais desta região. Como exemplos destas raças autóctones podemos referir o cavalo de raça luso-galega (Garrana), os caprinos (Capra hircus) das raças Bravia e a Serrana Transmontana, e os ovinos (Ovis Aries) das raças Bordaleira de Entre Douro e Minho, Charrua da Terra Quente e a Galega Bragançana.

Na classe dos bovinos sobrevêm três raças autóctones: a Barrosã, a Maronesa e a Mirandesa. O porco (Sus domestica), representado pela raça autóctone Bísaro, foi e ainda é um animal de extrema importância cultural e económica, tendo constituído, durante séculos, a única carne capaz de ser conservada e consumida ao longo do ano, dando origem ao famoso “fumeiro” transmontano.

  • Referências bibliográficas

ÁLVARES, Francisco. FACHADA, Marco – Património Natural da Região do Alto Tâmega e Barroso. Ed. Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso, 2003. ISBN 972-98997-1-1.

Agenda 21 Local – Concelho Chaves [Em Linha]. Chaves: Câmara Municipal. [Consult. 6 Set. 2007].